segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Inteligência marcial para segurança pessoal

Atualmente,as pessoas que buscam praticar alguma arte marcial o fazem por vários motivos.Dentre os quais,está o desejo de aprender técnicas de "defesa pessoal",termo esse que parece bem vago hoje em dia e eu explico: Geralmente - e independente da arte marcial escolhida - se é ensinado um bom número de técnicas com a finalidade de defender a integridade física e com um bom tempo de treinamento,um praticante de artes marciais,poderá se defender razoavelmente bem contra investidas em algum tipo de situação.Entretanto,numa situação de risco real e ameaça eminente,como por exemplo, um assalto á mão armada com mais de um meliante,ou onde se é exposto á um alto nível de stress emocional onde as condições não permitam uma atuação,qualquer reação se torna no mínimo,uma ação kamikaze,ou irracional.Profissionais do ramo sempre incentivaram a não reação em casos de violência urbana,por mais experiente que o praticante seja.Portanto,raramente a técnica aprendida será usada como modo de reação efetiva.

Isso não quer dizer que a arte que você esteja praticando seja ruim, inútil ou não preste,caso você se depare com uma situação como a descrita acima: A questão é como venho dizendo em conversas sobe esse assunto com os amigos nos últimos dias: "Depois que os chineses inventaram as artes marciais,logo inventaram a pólvora e ninguém mais passou a temer lutadores".De fato,é importante termos um olhar mais imparcial e realista sobre o assunto. Hoje em dia,seria ingenuidade demais,pra não dizer idiotice,uma pessoa procurar um kwoon,ou academia pra aprender "defesa pessoal"(assim mesmo,com aspas) pra logo depois sair dali,achando que poderá se defender contra tudo e todos,batendo em 20 marginais de uma só vez como um Bruce Lee pós-moderno.Então,como poderíamos utilizar nosso conhecimento em artes marciais de forma efetiva contra agressões e a violência urbana?

No Wing chun existe o conceito de inteligência marcial,onde através de atitudes preventivas,eu observo e me antecipo á uma possível situação de risco,evitando um conflito,uma agressão,etc,etc..O Wing Chun,apesar de ter sua estrutura fortemente calcada no tradicionalismo,é um estilo que acompanha as mudanças decorrentes ao mundo ao redor.Na prática do Wing Chun,podemos aprender á evitar situações de perigo,quando desenvolvemos a percepção sensorial e quando o foco de atenção é expandido através de vários exercícios e das formas.Aprender a se antecipar ao oponente é um dos fundamentos da arte de luta do Wing Chun,para que as chances de você ser atingido sejam minimizadas,do mesmo modo, é mais inteligente evitar chegar em uma situação crítica,onde suas chances serão quase zero, do que se arriscar desnecessariamente e a forma mais segura,ainda é a prevenção.

Mas ter uma atitude preventiva significa basicamente,estar atento.È importante ao andar nas ruas,por exemplo,tentar prever a trajetória das pessoas passando por você,evitando andar em círculos. O conceito da bolha,por exemplo,delimita uma distância que indica a aproximação de um potencial agressor,assim como podemos perceber pessoas que podem se aproximar de nós e que estejam fora do nosso campo de visão normal bastando observar a sombra no chão,bem como reflexos em vitrines de lojas,portas espelhadas e até em janelas de carros estacionados na rua.Entre outras atitudes pequenas e simples,mas que fazem toda a diferença.

Nas ruas, percebemos que as pessoas normalmente sabem mais o que não fazer do o que fazer para evitar serem vitimas da violência urbana.E quem pratica alguma arte marcial,é importante frisar desde sempre que o enfoque da aprendizagem do estilo seja a aplicação efetiva das táticas e do modo de pensar para a própria segurança.Assim,poderemos de fato utilizar a defesa pessoal.

Abaixo,uma reportagem interessante,exibida no jornal da record,onde é exemplificado a questão da aplicação dos conceitos de inteligência marcial para a segurança pessoal.


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