quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

Olá...
Como ultima postagem do ano de 2011 vale á pena fazermos um balanço de tudo o que se ocorreu neste ano em nosso blog...relembrar momentos é sempre muito interessante,porque nos faz avaliar nosso momento presente e nos incentiva a planejar melhor nosso futuro.
Gostaria de agradecer imensamente á todo que nos visitam,todos que colaboraram com a gente durante o ano todo e dizer que em fevereiro, estaremos com mais postagens especiais, a coluna "Entrevistas" vai ter maior destaque e INTERATIVIDADE vai ser a palavra de ordem no nosso blog...(também, definitivamente não teremos mais trilha sonora...rsrsrs)

Este ano tivemos algumas postagens especiais sobre alguns aspectos e fases do Wing Chun como:

Gerk Jong:

Muk Yan Jong:


Siu Lin Tao:


Desvendando Biu Ji:

Teoria da Linha Central:

Entre várias outras...


Neste ano, o blog do Dido numa iniciativa de dar maior destaque e divulgação aos mais conceituados mestres do Wing Chun nacional, inaugurou a série de postagens especiais "Entrevistas",onde o público leigo pôde entender melhor a visão de cada representante das mais variadas familias do wing chun, das quais,destacamos as que tiveram recorde de visitas,chegando á ter leitores de outros países, como Africa, Tailândia, Portugal e Hong Kong:

Especial Entrevistas; Sifu Marcos de Abreu:

Especial Entrevistas ; Sifu Marcelo Florentino:


Especial Entrevistas; Sifu Juarez:


Especial Entrevistas; Thiago Pereira:




Também neste ano tivemos algumas matérias bastante interessantes como:

39 anos da morte de Bruce Lee:


Escritos de Yip man sobre a Origem do Wing chun:


Wing chun Show bussines:



Obviamente não poderíamos deixar de citar as postagens especiais de minha ída á Salvador,onde dei mais um passo - esse importantíssimo - para a prática da arte, com um dos maiores mestres de wing chun nacional, Sifu Marcos de Abreu:



Também estreamos as colunas: Blog do Dido recomenda, com dicas de filmes,Dvd's instrucionais,sites etc...





Não poderíamos deixar de reproduzir em nosso espaço alguns textos, matérias e entrevistas que foram veiculadas em outros meios,com o intuito de viabilizar as pesquisas de quem se interessa pelo wing chun:






Então é isso... basicamente, esperamos que em 2012, cada leitor praticante possa treinar com afinco e desenvolver seu kung fu o máximo que puder,treinando sempre com prudência e quem nunca praticou wing chun na vida,possa ter neste espaço aqui, ao menos um referencial para pesquisa.

È o que desejamos á familia kung fu nacional em todas as suas ramificações...

Feliz 2012 á todos!!!







sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Blog do Dido recomenda: DVd Kung Fu Ving Tsun, Li Hon Ki

O atual patriarca do completo sistema ving tsun no Brasil lançou este VHS  na segunda metade da década de 90, sendo um dos trabalhos pioneiros na divulgação do estilo wing chun. è um dvd que abrange vários aspectos técnicos e mostra como desenvolver os "basics" (fundamentos), exercícios de força e claro, as formas e técnicas de combate do estilo. Muito bom!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Final de semana de prática e reflexões...

Sempre guardo o período da tarde para minhas sessões de treinamento e geralmente, começo sempre com uma boa corrida. Pra quem conhece bem a região metropolitana do recife, sabe bem que do centro de convenções - em Olinda - até o parque da jaqueira - no bairro da madalena, em Recife - e voltar,  é uma boa distância pra se correr. Depois, após alguns longos minutos alternando entre exercícios físicos de força (barra,flexões de braço,etc), é que entro na prática marcial, o que faz com que, tirando o tempo da corrida (geralmente 1h e 30min) e os exercícios até o treino marcial, a sessão completa leve pelo menos entre 4 e 6 horas de treino por dia, o que convenhamos, é bem pouco.


Vista aérea do centro de convenções de olinda)






(esse é o mercado da encruzilhada,sempre passo por ele durante as corridas)


(Parque da jaqueira - no Recife)


Mas o foco desse post não é bem esse...durante o período em que faço minhas corridas, sempre tenho a oportunidade de pensar com mais calma sobre determinados assuntos,enquanto aproveito a paisagem do caminho. E neste ultimo treino (sábado e domingo), enquanto corria, pude pensar sobre alguns assuntos ocorridos nas ultimas semanas relacionados ao wing chun...

Bem, o primeiro deles; Apesar de a maioria das pessoas ter me parabenizado pela minha admissão como discípulo do sifu Marcos ( tanto pessoalmente,quanto via internet,ou por telefone), uma coisa me chamou atenção ; Tirando todo o estardalhaço feito por alguns ( e isso abordarei mais á frente), ninguém - repito NINGUÈM - me fez a seguinte pergunta; "Porque você se deslocou até salvador sendo que também existem scolas sérias de wing chun em recife?

Bem, somando com os fatores mencionados nos posts especiais sobre minha ida á salvador, posso dizer que sim, existem escolas sérias de wing chun em recife sim, mas a escolha de uma linhagem e de um mestre em específico passa pelo critério da busca pessoal e do objetivo da busca. Pessoalmente a objetividade prática e a eficiência em situações de risco eminente, além da coerência entre prática - no sentido de aplicação real das técnicas - , cultura e filosofia, foram fatores decisivos na minha decisão. Não que aqui não existissem vias que me ajudariam á encontrar o caminho, mas se eu os seguisse,muito provavelmente me sentiria incompleto na busca. Sem falar que, num estado onde muito do que se vê sobre wing chun é mesmo de procedência duvidosa, sai muito mais válido você se esforçar, pegar avião,negociar dias de folga no trampo, mesmo sem tempo ou grana curta e ir treinar com um mestre qualificado, do que perder tempo com pessoas cujo o histórico não é comprovado. O problema, é que a maioria das pessoas prefere o "fast-food"...se alguém prefere participar de qualquer outra coisa relativa ao wing chun querendo tudo na mão sem sair de casa, ao invès de se esforçar e mostrar esse esforço, esse cara tá frito!

A segunda coisa; muita gente também, antes  mesmo de eu ir viajar - e mesmo depois da volta - durante conversas por msn, telefone,e-mail e sinal de fumaça, talvez levados justamente pelo que se vende de estereótipo da arte, e não pelo que ela é de fato, ou mesmo por puro despeito - não sei -, ao saberem de minha admissão, chegavam e falavam ; -"olha, dê adeus aos seus joelhos". 'Você não vai aguentar o treinamento", "Seu sofrimento só começou", e coisas estapafúrdias do tipo.
Bem, talvez o treino de wing chun não seja realmente dos mais leves,mas ; Se eu quisesse algo leve e sem esforço, iria fazer, ping pong, xadrêz ou qualquer coisa que não necessitasse de esforço físico. Oras,estamos falando de arte marcial, arte de luta.
Não que os fatores de ensinamentos morais, éticos e de valores - junto com o pensamento do Mo Duk - virtude marcial - não sejam importantes. São! Mas não existem segredos misteriosos quando se pratica uma arte de combate. Você só desenvolve treinando!Yip Man mesmo dizia que o praticante "tinha de ter culhões e aguentar um pouco de dor", se quisesse ser bom nas artes marciais.
O problema é que o que se vende ,mais uma vez, é o estereótipo da arte atrelado á um monte de fatores "secretos", "mandingas infalíveis", "golpes que se pegar, mata", e todo um monte de balela que só fazem evitar o embate entre teoria e prática,tudo isso junto á uma lábia daquelas! Ai o que é que acontece? Nego fica com discurso bonito, e ai quando chega na hora do vamo ver, fica devendo...enfim... Não recrimino quem queira seguir essa onda - até porque,quem acompanha o blog aqui sabe,que o espaço é sempre aberto pra todo mundo que ama e pratica o wing chun,sem "frescuras" de "ah, essa linhagem não pode", "isso tá errado",ou qualquer outro pré-conceito - mas que isso existe e está aí, existe sim!

A terceira coisa - e finalizo aqui - È uma frase que desde o final de semana passado não sai da minha cabeça; "Pratique com diligência e transforme-o em hábito, mantenha suas habilidades". è necessário praticar. E neste fim de semana tive a oportunidade de práticar mais uma vez com meu companehiro de treino, o Mário. Mário tá pegando as bases do wing chun comigo, no intuito de me ajudar nos treinamentos - e nisso, sifu sempre me disse "Ninguém cresce no wing chun sozinho" e comprovo ! - mas é um cara que saca legal de boxe ocidental. Tivemos a tarde de ontem (domingo) para treinar algumas técnicas e fazer uns "trocas" legais. A prática era "mário, solta uns socos ai e tenta me acertar,eu vou com uma técnica fixa,pra tentar aplicar, beleza?Quero que você tente me enganar"...Foi bem bacana,porque aplicar a técnica solta, em forma de luta é bem dfícil... Bem, abaixo seguem as fotos.

È isso, o treino não pode parar...nunca...apesar de tudo!






(postura de guarda; - Juro, não entendi essa mãozinha quebrada do Mário...rsrs)


(eu,de preto, e Mário,de vermelho - aplicando um Jam Sao)


Aqui, soltando um Din Gerk


(0 que tentei fazer aqui foi um gip sao + chute baixo, pra arrematar com Din Choy)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Especial entrevistas ; Sifu Marcelo Florentino

È com imensa honra que o blog do dido volta com as postagens especias "Entrevistas". Dessa vez, quem nos deu o privilégio de conhecermos um pouco mais sobre seu trabalho é o sifu Marcelo Florentino.




                                   




Sifu Marcelo Florentino tem longo histórico entro da arte marcial chinesa, tendo iniciado seus treinamentos ainda aos 9 anos de idade, tendo praticado vários estilos de Kung Fu como Tai San, Fei Hok Phai, Fan Seng. Buscando maior aprimoramento técnico voltado para situações reais, passou a praticar o Wing Chun,durante alguns anos. À princípio, Sifu Marcelo sentia certa insegurança com a aplicabilidade real de sua técnica e, quando já pensava em deixar de lado a prática do Wing Chun, conheceu seu atual sifu, Mestre Li Hon Ki, discípulo direto de sifu Duncan Leung, com quem passou á praticar a arte de forma integral e onde pode encontrar as respostas para suas perguntas. 






Blog do Dido  – Como o Sr. Conheceu e se tornou discípulo de sifu li hon ki?


Sifu Florentino: Em 1989, depois de ter passado por duas linhagens de Wing Chun, já um tanto desiludido com a arte, conheci o mestre Li Wing Kay, que me falou a respeito do irmão (Li Hon Ki) que voltava para o brasil para dar continuidade a seu trabalho como professor de Kung Fu.

Blog do Dido – Quais são os pontos e características principais que o Sr. Poderia ressaltar sobre este grande mestre?

Sifu Florentino : Acho que a principal qualidade de meu mestre é a humildade. Me recordo de uma situação onde, saiu numa revista uma reportagem onde, falava-se algo pejurativo a respeito dele. Eu, todo cheio da energia e imaturidade que minha juventude trazia, comentei com o mestre que iria lá acertar as contas com o sujeito. Mestre então, me disse:
"que bom que ele falou algo ruim de mim"
"mas, como assim mestre? Falar mal não é bom! - respondi
"Se ele falou algo ruim é por que dei abertura de erro para isso. Vou corrigir esta abertura e ninguem mais vai poder falar nada. Então, se vc for visitá-lo, melhor agradece-lo, pois, mostrou minha falha para que eu pudesse corrigir!"
Naquele dia vi o quanto eu ainda tinha para aprender...

(Foto tradicional de Sifu Florentino e seu mestre Sifu Li Hon Ki em 1994)




Blog do Dido - O Sr. Junto com uma equipe de estudantes brasileiros- dentre eles,sifu Marcos de Abreu – estiveram na china participando de um treinamento com supervisão direta de sifu Duncan Leung. Para o Sr.,o que foi mais marcante nesta viagem?

Sifu Florentino : Com toda certeza o momento em que me contundi. O treinamento era muito incessante, intenso, e cansativo. Tirando alguns que ficavam enrolando pelos cantos, mestre Duncan puxava ainda mais no treinamento para os que ele via que estavam se dedicando. Vários se contundiram.
Me recordo que, uma vez perguntei ao mestre Li quantas vezes era necessário repetir uma técnica para se domina-la, e ele respondeu que com 300 vezes eu já estaria apto para tentar usa-la em um sparring, assim, concluído esta quantia em determinada técnica treinada no aparelho de pneus, dei uma pequena pausa para relaxar e, eis que mestre Duncan aparece atrás de mim como um "ninja" vindo das nuvens de fumaça e gritando "porque parou?" porque parou?" - "...é que eu já repeti 300 vezes" - respondi instintivamente me recordando das palavras de meu mestre. - "Então repita 3.000!!!" - Eita... e lá fui eu...
O calor era intenso, a estafa era grande, e a idade já não permitindo tanto de meu corpo, apesar de meu cerebro querer sempre mais. Conclusão: Lesionei o tendão de aquiles! Mas, o mais importante nesta história toda, foi justamente o fato positivo que esta lesão me trouxe. Assim como meu mestre dissera no passado "o ruim tambem é bom". A lesão me aproximou grandemente de mestre Duncan, pois, sem poder treinar, ficava sempre ao lado dele, escutando e anotando todos os comentários e ensinos que dava individualmente a cada um, coisa que, quando treinando, só escuta o que ele dizia à mim, sem falar da aproximação que tive tambem com Alan Lee, ultimo discipulo particular de Yip Man, quem, gentilmente me levou ao PS, me proporcionando horas de histórias a respeito de Yip Man. Entretanto, posso lhe dizer de uma figura que foi de suma importancia nesta história... Meu irmão Wing Chun Marcos Abreu o qual, em nossa residência na China, cuidou de mim no momento em que eu não podia andar, como se eu realmente fosse seu irmão mais velho (consanaguineo), sempre atencioso com minhas necessidade e até mesmo, me preparando as refeições. Felizardo daquele que tem a amizade sincera de mestre Marcos Abreu.
                                              (Sibak Marcelo Florentino e Sifu Marcos de Abreu)



Blog do Dido - Em termos técnicos, quais os pontos que o Sr. Considera mais fortes na linhagem do sifu Duncan Leung?

Sifu Florentino : Somente um. APLICABILIDADE REAL!

                                                                                      (Abaixo,com Sifu Duncan Leung, 1995)


Blog do Dido - O Sr. Poderia nos contar como é o trabalho desenvolvido pela applied wing chun? Como se dá a metodologia de prática e ensino?

Sifu Florentino : Nós procuramos levar ao interessado, não somente o ensino marcial mas tambem, um aprendizado cultural, que o aproxime da arte chinesa não somente pela luta, mas tambem, pela história de nossos antepassados nela. Assim, cada aula inicia-se  com o aprendizado das técnicas, passando aos equipamentos, e principalmente, a pratica real do combate, através das aplicações como parceiro, e tambem sparrings, e como conclusão, no momento em que relaxamos, a transmissão teórica do conhecimento filosófico/cultural.

Blog do Dido - O curso de formação de instrutores ministrado na applied wing chun tem padrão chinês de carga horária (14hs aula) o que não é comum vermos em nosso país, o Sr. Poderia comentar mais sobre como foi o processo de implantação do sistema chinês em um país ocidental?Se houve,quais foram as dificuldades neste processo?
( Sifu Florentino e Alan Lee)




Sifu Florentino : Por mais incrível que pareça, não houve muitas dificuldades na implantação. Apesar dos Brasileiros não estarem acostumados a tal sistema de ensino, alguns são, digamos, "entusiásticos" pela cultura chinesa, o que facilitou bastante. Claro que, há aqueles que desistem no meio do caminho, devido a intensidade do treino, tanto físico quanto psicológico. No que se refere ao treino físico, creio que o amadurecimento na arte os mostrarão a realidade que a arte marcial chinesa requer, pois, treina-se muito pouco aqui no brasil, em relação ao praticado pelos chineses. Já o psicológico... Realmente não é fácil ficar isolado da família, dos amigos e do mundo por tanto tanto tempo sem que a depressão o venha aflijir. Todos passam por isso. Infelizmente, alguns não resistem. Mas no geral, o internato tem sido um grande sucesso, sendo hoje, o principal veículo de expansão no aprendizado do Applied Wing Chun no Brasil, tendo mais de 90% de aprovação.




(Alguns alunos/praticantes durante seminário)



Blog do Dido -  O Sr. Lançou á alguns anos, um DVD sobre as bases e teorias da applied wing chun, quase como uma releitura do famoso DVD do sifu Duncan Leung. Já existe um novo projeto - DVD, livro, ou algum outro projeto que vise a promoção da applied wing chun -  em andamento?


Sifu Florentino : Sim. Pra dizer a verdade, estou com meu livro "O que significa ser mestre em Wing Chun" para ser lançado em breve. Já encontra-se na editora.

Blog do Dido - Gostaria de agradecer imensamente pela honra de entrevistá-lo para o blog e gostaria que o Sr. Deixasse uma mensagem pros nossos leitores,assim como os seus contatos, para quem quiser ir conhecer o trabalho desenvolvido pela applied wing chun. 


Sifu Florentino : Agradeço imensamente a oportunidade de participar neste blog, que tem se tornado mais uma revista virtual propriamente dita, com tanta informação e conteúdo, bem como, as pessoas que acreditam em meu trabalho, e sabem que encontrarão não somente um mestre Wing Chun, mas tambem, um amigo sincero, para todas as horas, sejam boas ou ruins. 
Os que desejarem conhecer mais a meu respeito e ao trabalho que realizo, fiquem a vontade para visitar e participar em nosso site e blog:










sexta-feira, 4 de novembro de 2011

viagem a salvador - parte 2

Bem, quando me dispus á ir á Salvador para minha admissão como discípulo e treinar com sifu, fui num período um tanto complicado, o que me permitiu, neste primeiro contato com sifu, ter apenas 3 dias para dar inicio ao meu treinamento e para praticar forte. Então, dentro deste contexto, tínhamos muito assunto á ser visto em pouco tempo, o que se tornou um baita desafio.


(Sifu Marcos,com o Lik Dim Boom Kwun - esta foi uma das salas onde tivemos momentos de prática marcial , aliás, leiam o artigo de sifu sobre o kwun em : http://appliedwingchunsalvador.blogspot.com/)


Nestes 3 dias, apenas parávamos pra comer e dar uma descansada rápida e logo,voltávamos á prática. Sifu se mostrou um cara de grande paciência e compreensão, pois me permitiu anotar tudo o que eu pudesse naqueles...
Ah, peraí... vocês já assistiram ao filme “beijos e tiros”,  onde o narrador começa com a história,se empolga e de repente esqueceu um detalhe importante da trama,que vai ser crucial no fim do filme? Pois se não, olhem o trecho ai...



                                    (a cena não é exatamente essa,mas vale a dica,o filme é bom!rsrsr)

O caso é que me esqueci de mencionar o seguinte; Dias antes, eu estava passando maus bocados numa fase que qualquer um poderia dizer “meu filho, vá tomar um banho de sal grosso”. Pura pindaíba! Entre acidentes domésticos, assaltos e todo o tipo de má sorte, o que mais me deu trabalho foi uma inflamação na garganta que tinha me derrubado por quase 2 semanas direto e eu precisava me recuperar,o que só veio a acontecer um dia antes do embarque. Mesmo assim, ainda tinha uma tosse chata que vez por outra vinha e voltava, e isso me rendeu um apelido...

Voltando, Sifu Marcos se mostrou realmente compreensivo, apesar de todo o corre-corre, me mostrando com riqueza de detalhes e todos os pormenores dos movimentos, e seus conceitos, me permitindo anotar tudo neste caderno. (foto).
                                        ( a caligrafia não ficou das melhores, ok...o que importa é o conteúdo,rsrs)



Estávamos aproveitando ao máximo o pouco tempo que eu dispunha pra aprender e da minha parte, eu precisava me esforçar ao máximo para captar tudo o que sifu me instruía. O caso é que o mais difícil não foi aprender movimentos e conceitos novos, mas me desvencilhar dos antigos hábitos. Pra tanto, eu precisava “zerar” e começar tudo do início, outra vez. Pra fazer um parâmetro, tome o ator Tonny Leung, que irá viver o patriarca Yip Man na película “The grandmasters”; Ele teve treinamento prévio –antes das filmagens – com Grande mestre Sifu Duncan Leung. Tonny, por nunca ter praticado wing chun, teve facilidades em absorver  tanto a técnica quanto os conceitos. Se ele tivesse praticado em qualquer outra família antes de se encontrar com sifu Duncan e fosse fazer esse mesmo treinamento, muito provavelmente iria levar o dobro do tempo que gastou. Dá pra ter uma idéia do drama? 



Uma coisa que talvez seja um grande diferencial de sifu Marcos é que, mesmo ele pertencendo á determinada ramificação do wing chun, tendo longa história com a arte marcial, sendo um dos primeiros discípulos do grande mestre Li Hon Ki á completar todo o sistema no país, ele conhece e respeita em muito os outros mestres e linhagens da arte. È perceptível que esse respeito que ele guarda e é algo de uma nobreza imensa! Lembro-me que enquanto eu repetia lá pelas “trocentas” vezes o siu nim tao, ele me contava a história de como sifu Léo Imamura havia aprendido a forma Biu Ji, na sala de estar da casa de grão-mestre Moy Yat. 



(Grande Mestre Moy Yat e sifu Léo imamura,em foto tradicional)




E eu lá, na sala da casa de sifu, aprendendo o siu nim tao, enquanto sifu cuidava de seu bebê, a Maria Luiza.



No segundo dia, após praticar durante toda a manha e a tarde,tivemos um belíssimo almoço, preparado por sifu (com uma receita que ele havia aprendido em sua estadia em Hong Kong, sifu e suas habilidades culinárias também de altíssima qualidade!). Durante o intervalo de descanso, enquanto sifu ia fazer uma cesta, aproveitei pra ir numa lan house, mandar sms pra família e pra esposa, apenas pra avisar que estava tudo bem. Quando sifu me contou sobre a estória de Sisok Florentino e seu incrível passeio em salvador (sério, a gente ficou dando risada e eu dizendo á sifu; - “cara, isso merece uma coluna especial no blog”). Sifu fez um mapinha das ruas principais no bairro da pituba, mas como eu já tinha passado pelas ruas antes, nem precisei. De qualquer forma, guardei o mapinha como recordação.





 Uma recordação que vou guardar pro resto da vida que vale a menção é a dedicatória com o carimbo chinês que sifu fez na minha edição do livro “wing chun kung fu” de sua autoria. Isso me emocionou muito, ainda mais quando sifu me mostrou a dedicatória que sikung Li hon Ki fez na edição dele do Livro “ving tsun”.




Os treinos se seguiam forte e a noite, fomos praticar com os alunos mais antigos de sifu Marcos. Uma galerinha superbacana que me acolheu numa boa. O clima era de descontração, apesar do treinamento pesado – ainda mais pra mim, que estava ali, treinando praticamente desde o dia anterior. Mas segue um abraço para meus si-hings “Gigante” e “baixinho”, Wesley Rangel, o Lucas, que me deu uma ótima dica de livro. São pessoas especiais man!!


No ultimo dia de treinamento, treinamos a parte da manha e sifu me dizia o que era mais importante para meu desenvolvimento e onde eu deveria focar meus treinamentos. Durante o horário de almoço, demos uma pausa para conhecer o bairro do rio vermelho, já que tínhamos que treinar e terminar o treino para meu embarque de volta. Sifu me dizia; - “Negão, tu chegar aqui em salvador e não ter visto o mar daqui é maus!”. Bem, então vamos lá... Chegamos numa praça onde sifu disse que era o local onde se vendia o melhor acarajé de salvador... mas estava fechado.


(Era exatamente alí,nos quiosques...notem o belo dia de sol que fazia lá)




Isso e a minha estória me renderam o apelido de “Dido pé frio”... Numa determinada rua, sifu me mostrou onde era a casa do músico “Carlinhos Brown”. Eu fiquei pensando; - “Cadê minha latinha nessas horas?” Em todos os momentos, trocamos várias experiências e as conversas, sempre em tom de franqueza absoluta.

Dando uma grande resumida na parábola, ás 21hs eu estava embarcando de volta á recife. Tinha a certeza de que ali, havia se iniciado uma trilha longa dentro da prática de um sistema de luta que foi supostamente criado por uma jovem dama e que eu estava sendo treinado por um grande mestre desta arte. E isso,foi só o começo de uma longa jornada...

domingo, 23 de outubro de 2011

Postagem Especial; Viagem á Salvador – parte 1

                 

Devido á inúmeros contratempos, tem se tornado realmente difícil postar material inédito aqui no nosso blog. Quem nos acompanha aqui já deve ter percebido isso. E quem já tem um olho mais clínico, já pôde ter percebido um detalhe na atualização do meu perfil pessoal que diz; “recentemente admitido como discípulo do sifu Marcos de Abreu...”, bem, então sem mais delongas, esta postagem especial – a primeira de uma pequena sessão de duas – é sobre a viagem que fiz á salvador, justamente para minha admissão na família applied wing chun, com sifu Marcos. Mas para que possamos entender melhor os motivos que me levaram á ir á salvador e tudo, vamos voltar um pouco no tempo, nos idos do final dos anos 90 quando eu era apenas um moleque recém saído das fraldas...


O começo


Em novembro 1996, eu deveria ter mais ou menos uns 13/14 anos e ainda cursando o colegial,quando meu amigo de classe, o já citado aqui no blog, João Artur, levou-me pela primeira vez á uma escola de kung fu. Até então, meu contato com artes marciais era no Tae Kwon Do cujo alguns poucos movimentos havia aprendido com meu pai, em casa mesmo.  Iniciei meu treinamento em Shao lin do norte (wushu competitivo) com mestre Sebastião Cícero, aluno de sifu Julio Kushida (este por sua vez além de ser aluno direto de mestre Chan Kwok Wai, é introdutor do kung fu shao lin em PE). Três anos depois conheci o wing chun, através de uma demonstração feita pelo então instrutor Adilson no colégio onde eu estudava. Passei á praticar esta arte marcial, mas minha prática enfrentava alguns entreveros; primeiro, eu acabei sendo o ultimo aluno admitido em sua escola, pois ele estava pra fechar sua escola para ir á BH concluir e dar prosseguimento com seus estudos de ving tsun com seu sifu, Rogério Baeta, na linhagem Moy Yat. Segundo; pelo mesmo motivo, eu passava a maior parte do tempo praticando com meus si-hings, na época, Carlos Eduardo e Cabral. Quando o então instrutor Adilson fechou definitivamente seu koon, acabei ficando sem alternativas para a prática e com o passar do tempo, fui deixando o wing chun de lado... Até que em 2004, eu já não tinha mais esperanças em praticar wing chun outra vez, pois aqui em PE é muito difícil encontrar um professor autêntico da arte. (Aliás, cabe uma crítica aqui; existem realmente pouquíssimas escolas autênticas de wing chun em recife e agora, com a explosão de filmes sobre yip man, como bem preveu nosso amigo sifu Juarez em entrevista recente, está realmente aparecendo muito picareta se dizendo representante, sifu, ou qualquer outro título. Portanto, quem quiser estudar wing chun de fato – especialmente pra quem mora aqui em PE - aqui vai a dica; procure um mestre autêntico,de alguma linha autêntica,pesquise e verifique a autenticidade do que você está tentando aprender e se esforce,mesmo que você tenha de sair do estado pra isso)Tendo isto posto, resolvi então me dedicar á outras formas de expressão, como a música, por exemplo...

E depois do começo...


Entre 2004 e 2011 acabei dedicando total atenção á minha banda de rock (a ECHO vale o merchâ www.myspace.com/bandaecho) e á outras atividades na vida. Em 2008, começo de 2009 eu nem sonhava mais que um dia, iria voltar á treinar alguma arte marcial, apesar de vez por outra, num show caótico ou outro, eu tinha que fazer uso de alguns movimentos marciais, para desviar de alguma possível garrafa de vinho voadora, mas nada além disso... Algumas coisas mudaram em minha vida e há mais ou menos 3 anos atrás,mas um dia, indo comprar alguma bugiganga inútil numa banca de revistas qualquer, me deparo com o livro  “Wing chun kung fu”, de autoria do sifu Marcos de Abreu. A princípio (e isto talvez sifu não saiba ainda) eu meio que dei uma esnobada no livro, não comprando de imediato não, isto devido ao fato de há tanto tempo nunca mais ter ouvido sequer  falar do wing chun... O engraçado é que; a partir dalí, em todo lugar que eu passava, lá estava o livro, olhando pra minha cara... até que dias depois, resolvi comprar. O livro me chamou muito a atenção, devido á forma como o texto está organizado – de forma simples e coesa- e como aborda tanto em um espaço físico tão pequeno. Decidi então entrar em contato com os autores (sim, o livro tem o auxilio e consultoria de outros grandes mestres da arte, como sifu Alberto França e Cleber Dominges, que aliás,mando um abraço e espero conhecê-los em breve) e após um bom período conversando com sifu Marcos pela internet, começamos a vislumbrar a possibilidade da minha ida á salvador,o que só veio ocorrer quase um ano depois, (devido á vida cotidiana,problemas pessoais, etc...)para que ele realmente pudesse me admitir como aluno. A essa altura, o blog do Dido já estava até que bem conhecido no meio marcial nacional e de certo, eu precisava dar continuidade aos meus estudos. Como salvador é “logo ali” e conversando com minha esposa, ela me incentivou também a firmar os planos e ir treinar com sifu; – “Acho que você deveria ir treinar com o Marcos, afinal, foi com o livro dele que você voltou á se entusiasmar com kung fu.” E como não poderia ser diferente?


Então, no dia 20 de setembro deste ano, ás 14hs estava eu, no saguão do aeroporto internacional do recife, nervoso pra burro (afinal, era a primeira vez que eu entrava num avião) indo pra salvador, pra minha admissão como discípulo. Naquele momento, apesar de saber que o treinamento não seria nada mole – e é obvio que eu estava pronto pra isso – a única coisa que realmente me incomodava era,já no vôo, o piloto do avião falando com a tripulação e dizendo; - “Boa tarde á todos (...) estamos á 10.000 metros de altura (...) aproveitem o vôo”. Cara, admito, até esse dia, eu me borrava de medo de avião!Mas, contudo, todavia, porém, medo superado, pois se eu já estava ali, como falamos por aqui “agora güenta negão”... as fotos que fiz durante o vôo não deixam mentir...(momento auto-vergonha)
                                                 ( Durante o vôo é nítida a expressão de sofrimento...rrrsrs)



Cheguei em salvador por volta das 16hs e sifu já estava no saguão do aeroporto me aguardando.Eu estava realmente emocionado em estar lá e conhecer um autêntico mestre de wing chun e que esteve ao lado das lendas do estilo.Mais emocionado ainda,porque estava sendo admitido como seu discípulo. Apesar de quase surdo, por conta da despressurização, conversamos muito durante o trajeto até a sua casa. Uma coisa que me chamou muito a atenção em salvador foi o trânsito. Olha que eu sou filho de motorista do samu e assim como meu pai, a família (também eu e meu irmão) somos praticamente pilotos de fuga (rs),mas em salvador, o trânsito é coisa de louco!Sifu explicava que a cidade não foi planejada e que lá, era assim mesmo ou pior. Sifu ia me explicando toda a base teórica do wing chun, falava sobre a cultura chinesa e lá, não só durante nossas conversas, mas o tempo todo, o que eu pudesse aprender, ia anotando em meu caderno de anotações, previamente preparado, justamente porque em uma de nossas conversas pela internet, sifu me contou que enquanto estava treinando do EUA com supervisão de Seu si kung Duncan Leung, ele anotava tudo o que podia. Sifu Marcos mostrou-se um mestre íntegro, de profundo conhecimento do completo  sistema wing chun (teórico, prático e cultural – em níveis altíssimos e iguais entre si) o que me impressionou mais ainda!!!

Após chegarmos e eu ter sido muito bem recepcionado (agradecimentos especialíssimos á si-mo Bruna, esposa de sifu, e os seus pais, que são gente finíssima!), fomos á uma padaria próxima para fazermos um lanche antes de iniciarmos a prática, onde tivemos momentos de Saam Fat,ou vida kung fu, coisa que muita gente pode estranhar,por conta da questão da linhagem,mas foi muito proveitoso,pois num ambiente mais descontraído e de forma menos formal,é possível ter um bom aproveitamento do aprendizado do kung fu.Então, ali,eu já percebi que meu treinamento já havia começado.Aliás, havia começado desde o momento em que desci do avião. O treinamento em si, da forma de luta e prática do wing chun, iniciou-se naquela mesma tarde e foi noite adentro...


Em breve, a parte dois!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Blog do Dido recomenda: Dvd Basics Duncan Leung

Olá galera, devido á minha falta de tempo (como sempre) o especial entrevistas desse mês, vai dar uma atrasada, mas já posso confirmar; o entrevistado será nosso querido amigo Sifu Marcelo Florentino, da família Applied wing chun. Realmente está imperdível!


E a dica de download desse mês é o Dvd; WIng chun basics do Sifu Duncan Leung.
Este dvd aborda a teoria básica do sistema wing chun, assim como exercícios básicos, a forma siu lim tao
entre outros assuntos interessantes! Enquanto eu estava em salvador, treinando com sifu, ele me recomendou este dvd. Pena que não consegui achar o arquivo com legendas, mas se você tiver um inglês razoável, vai entender legal!
Vale a pena conferir!Abaixo segue o link para download






http://www.filestube.com/d/duncan+leung+download

obs.: O arquivo está dividido em 4 partes, já em formato compatível com dvd, caso queira gravar em disco.

sábado, 17 de setembro de 2011

Especial; Baat Jam Do – as facas do wing chun

                                        
“As facas de oito cortes” completam o sistema wing chun sendo o ultimo ensinamento reservado ao praticante que está á beira de completar seus estudos.

A faca representa na tradição do sistema, o corte da relação mestre-discipulo, sendo esse também um dos motivos pelo qual as facas estão colocadas no sistema wing chun como ultima fase do treinamento.

Investigar a origem das facas e como elas foram introduzidas no sistema wing chun, assim como outras partes do sistema, é uma tarefa bem difícil, pois existem diferentes versões. Alguns acreditam que as facas eram usadas antigamente por piratas oriundos do sul da china e que as se carregavam em uma mesma “bainha”.

Outra versão atribui a transmissão das facas á Miu Tsui Fa, filha do ancião monge shao lin Miu Hin, mãe do famoso e legendário mestre Fong Sai Yuk. Esta versão aponta que Miu ensinou as técnicas das facas á Yim Wing Chun e esta, por sua vez, ensinou-as á Leung Bok Chau, seu esposo.
Muitos mestres de wing chun concordam que as “facas de oito cortes” foram desenvolvidas dentro do sistema wing chun simultaneamente as técnicas de mãos vazias, tirando suas bases das espadas borboletas de outros estilos de shao lin do sul.

Alguns mestres se destacaram com o uso do Baat Jaam Do, como Fok Bo Chuen, discípulo de Wong Wah Bo e Lao Dat Sang, que venceu vários duelos em Fo Shan. Em tempos mais modernos, podemos citar Si Fu Wong Shun Leung, como um dos maiores expoentes e conhecedores desta arma, bem como Si Fu Moy Yat e meu Sitaaigung Duncan Leung


.
                                                         Estudo, treinamento e estratégia



A forma geral da arma também foi sendo modificada com o tempo. Antigamente, as facas recebiam o apelido de “facas tomadoras de vida”. Como depois, foram utilizadas por monges shao lin, cuja doutrina não permitia matar, suas pontas foram arredondadas, embora o fio tivesse sido mantido, para apenas decepar algumas partes do adversário, como os dedos, por exemplo.  Posteriormente, foi ficando comum o uso de duas facas simultaneamente e finalmente, á época de sifu Yip Man, foi adotado o termo “facas de oito cortes” – Baat Jaam Do, sendo assim, conhecidas desde então.


Faca de oito cortes é assim denominado não por apenas ter oito técnicas de cortes literalmente, mas oito diferentes técnicas principais que dão origem á inúmeros outros movimentos e técnicas. Fora as oito técnicas de corte, temos também outros movimentos de bloqueio, coberturas e defesas, assim como nas formas anteriores do wing chun. Dessa forma, se, por exemplo, estudamos um movimento do siu lin tao como o Pak sao, na fase Baat Jam Do temos Pak Do.

(Aqui, vemos sifu Wong Shun Leung praticando O Baat Jaam Do contra o Luk Dim Boom Kwun)


Alguns mestres, como o citado sifu Wong Shun Leung, acreditava que um bom praticante de mãos vazias, poderia se tornar um grande expoente com o uso das facas, pois o posicionamento dos ataques e defesas com as facas vem dado o uso das mãos vazias, mas se o praticante não tivesse um bom domínio das técnicas de mãos vazias, ao praticar com as facas, pouco as desenvolveria.

O treinamento desta fase começa com um exercício para fortalecer o punho/pulso. Este exercício é executado como as facas em cada mão fazendo um movimento ascendente. Em algumas escolas, este exercício é executado com facas mais pesadas, para o acúmulo de potência e fortificação. Em seguida, começa-se o estudo dos movimentos da forma. Estes movimentos podem ser estudados combinados ou isoladamente e seu propósito é conseguir a correta colocação da faca, assim como a correta parte da arma a ser usada. Também é trabalhada uma nova movimentação de base e footwork nesta fase, bastante diferente da que se vinha usando habitualmente em outras fases. O praticante deve por em prática, combinada com a forma e com um companheiro de treino as aplicações dos movimentos da forma, melhorando assim seu timing, ritmo, footwork.


 O trabalho de pés em Baat Jam Do toma uma posição muito importante dentro dos movimentos ofensivos e defensivos, o que daí, provém o ditado; “Com as facas, observa-se os pés”, este trabalho de pés permite o praticante trabalhar o corpo totalmente de lado e de frente ao oponente, evitando desproteger partes mais vulneráveis do corpo.

(SitaaiGung Duncan Leung com as facas)

Ao passo que o uso das facas é em grande parte semelhante aos movimentos de mãos vazias, mas mesmo assim, deve-se levar em conta que alguns princípios de combate de mãos vazias não são aplicáveis ás facas, devido á sua natureza.

O modo de uso do Baat Jam Do difere em muito do bastão, obviamente. Este último, a eficácia é dada pela energia interna e pelo alinhamento correto do corpo, ao passo que as facas dependem em grande parte, da afiação da lâmina, o que quer dizer que o que realmente importa em seu manejo não é a força física, mas sim seu posicionamento correto e a técnica.
 As partes empregadas no ataque são o fio superior da lamina e a ponta, sendo o fio superior para o ataque, a ponta para estocadas. A parte baixa, não tão afiada, serve para obstruir, enquanto o gancho sobressalente da empunhadura pode ser utilizado em algumas ocasiões com o propósito de controlar e desarmar.

Os conceitos nos estudos e usos das armas no wing chun, permitem que o praticante utilize os mesmos movimentos em diferentes situações e utilizando diferentes armas, assim como é possível a transmissão destes conceitos sem ter necessariamente as armas em punho. Um exemplo notório é conhecido quando lembramos que Si Jo Yip Man transmitia os conceitos de Luk Dim Boom Kwun á seus alunos muitas vezes dentro de um restaurante, utilizando palitos de comer. Assim sendo, o praticante de Wing Chun pode, utilizando os mesmos princípios do Luk Dim Boom Kwun - o bastão longo do Wing Chun - manusear qualquer arma longa, como lanças em diferentes versões. O mesmo refere-se ás facas.
                                            



                                                Estrutura e design das Facas


Nas numerosas famílias de wing chun, são utilizadas uma grande variedade de espadas e facas borboletas, todas diferentes entre si. As técnicas podem ser aplicadas da mesma forma sem que se importe tanto com o tipo de faca utilizada, peso ou medida da mesma.
Sifu Moy yat, que como mencionamos também se destacou com o uso das facas borboletas, sugere algumas referências de como deve ser um Baat Jam do de wing chun;



''- O tamanho da faca desde a empunhadura até sua ponta deve ser a mesma que o antebraço do praticante

- A cobertura do punho deve ser pequena, sem deixar espaço excessivo entre o punho e a cobertura

- O gancho da parte superior da empunhadura deve ter uma posição paralela e ligeiramente aberta em relação á lâmina

- A largura da lâmina deve ter de quatro á cinco dedos

- As facas não devem ser excessivamente pesadas

Conhecendo a estrutura do baat Jam do, assim como seus movimentos de ataque e defesas, o praticante terá nas mãos uma terrível e perigosa arma