sexta-feira, 25 de abril de 2014

O fator ''MEDO'' nos esportes de combate

Durante as sessões de wing chun aqui em Recife com meus parceiros de treino, muitas vezes ocorre de estarmos praticando repetidamente uma única técnica, várias e várias vezes. Não á toa, em algum dia mais inspirado, muitas vezes levamos um som - de preferência algum rock pesado, ou que ao menos tenham uma guitarra mais distorcida - para fazer do treinamento algo menos tedioso e mais divertido. O treinamento repetitivo -  e muitas vezes não menos enfadonho - tem um motivo de ser assim...

Durante semanas, muitas vezes fixamos somente uma técnica em específico e ''malhamos o pau'' nela. Como eu gosto de dizer, treinamos a ''Técnica do Dia''. Escolhemos uma técnica em particular, ou a que algum dos mais novos ainda estejam aprendendo a mecânica e  a treinamos. Treinamos de forma conceitual, depois repetimos mais e mais com o parceiro com luva de boxe e batendo pra valer. Depois repetimos mais algumas vezes ( á perder de vista na verdade) e depois, fazemos um sparring com ênfase na aplicação, ou fighting circle, ou mesmo sparring solto.


















                                              (Alguns dos Sons que rolam durante o treino...)

 Em alguns momentos, damos uma pausa rápida para tomar uma água e conversar sobre assuntos aleatórios, ou mesmo sobre o treino e a técnica do dia, de maneira mais relaxada e logo em seguida, voltamos á mesma pratica. De certa forma, é um pouco entediante repetir e repetir as técnicas semanas e semanas á fio,mas o resultado logo aparece. De vez em quando, uma coisa bem interessante acontece..... quando partimos para a aplicação da técnica solta, eu escuto de algum parceiro de treino algo como ; - ''Ah bicho, eu tô com medo de machucar meu parceiro de treino...'' ou '' Estou com medo de me machucar...'' o que eu sempre repreendo ao fim do treino...


( Fazendo o treino de Sparring solto para aplicação; Tentar relaxar e se divertir é fundamental...)

Mas, antes que alguém venha aqui e dispare uma saraivada de críticas ou tente nos nivelar á baixo, eu digo que esse sentimento,o medo, no inicio é bem natural e extremamente normal de aparecer. Talvez não apenas no inicio de algum treinamento de algum esporte, seja um esporte radical ou de combate,mas mesmo durante eventos competitivos com atletas experientes, ou lutas em academias, ou naquele momento em que um saltador  precisa fazer um salto muito alto, ou por exemplo, a primeira vez de um jogador de futebol profissional ao entrar no maracanã lotado...é muitíssimo normal sentir medo...impossível não lembrar aquele famoso jargão popular, 'quem tem c* tem medo'. A grande questão é saber como dosar isso na medida certa e o que fazer para que não se subestime ou se superestime o medo.

Em alguns artigos sobre o tema, o medo é definido como ''uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de se fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente, quanto psicologicamente.'' Em se tratando de esportes de luta, um atleta , mesmo que bem preparado, vai encontrar algum tipo de medo, em um nível maior ou menor, seja ansiedade, seja apreensão e nem sempre esse medo tem a ver com o treinamento em sí. Muitos atletas de alto rendimento, treinam muitas horas por dia,mas, em um determinado dia, algum nível de insegurança, medo ou apreensão pode aparecer e não é algo incomum... Estar frente á frente com alguém que está disposto á te acertar, ou com o mesmo objetivo e determinação que você, nem sempre é tarefa fácil e o medo na maioria das vezes é mais interior do que exterior. E esse é apenas um dos inúmeros fatores que acompanham o atleta de esportes de luta....

Muitas vezes superestimamos o receio que temos, quando calçamos as luvas de boxe antes de um combate,ou um sparring,por exemplo. Damos importância exagerada ao ''vencer'', ao ''provar que estamos aptos'', ou ''não decepcionar seu treinador, seu mestre, ou seu 'corner' '' e tentamos afastar esse medo. Só que muitas vezes, tentar afastar o medo faz justamente o efeito contrário, só o aumenta. È preciso entender que o medo é um sentimento natural ,pra poder fazer dele , uma ferramente útil para nós. Obviamente o atleta deve estar bem treinado. O treinamento quando bem direcionado é peça fundamental para o desempenho e performance do atleta. Não dá pra dissociar uma coisa da outra. Bons resultados são o fruto do empenho do atleta em seu treinamento. Quanto mais duro se treina, mais fácil são os resultados á serem obtidos.






Quando estamos entre amigos, muitas vezes existe uma 'facilitação'. Deixamos de socar em linha reta, ou soltamos aquele chute sem muita vontade, ou fazemos um movimento ofensivo e não nos movimentamos em seguida, para que o partner aplique sua técnica. Podemos pensar que isso pode ajudar, quando na verdade, atrapalha e muito! Se um parceiro de treino seu tiver receio de lhe socar, seu movimento (que supostamente é o que deve ser treinado) carecerá de realismo e estará condicionado á funcionar somente se o partner facilitar, o que não acontece de jeito nenhum com um oponente de fato. Por isso, a camaradagem no treino deve ser posta de lado sempre. Acredite; as porradas vão ajudar bem mais a sua evolução do que um treino mole com camaradagem. O treino fica fraco, coisa que não pode acontecer.


Quando treinamos duro, e nosso parceiro não facilita a nossa vida, temos muito mais chances de sermos bem sucedidos á medida em que nos empenhamos de fato no que estamos treinando. Você poderá ser atingido sim, mas se você começa a repetir a técnica e sabe que sua cobertura,bloqueio, esquiva, etc, será realizada,sabendo como deve ser feita, você começa a superar certos receios.Depois de um tempo, não precisará combinar timming de técnica e sua técnica vai começar a fluir.A progressão de treinos assim vai fazer com que o praticante relaxe mentalmente cada vez mais e passe a confiar naquilo que está fazendo.  E o que eu tenho percebido nesses treinos aqui com meus companheiros de wing chun  é que; quanto mais relaxado o praticante de artes marciais em geral estiver, menos tenso, nervoso, ou com medo, ele ficará. Seja antes ou depois de um embate, não importa, é importantíssimo estar relaxado.Lembro-me claramente dos ditos que meu Si-Hing João Gilberto -  um cara experientíssimo em combates de ambientes competitivos - me apontava na questão da ''atitude mental'' que devemos ter durante uma luta.


Esse ''estar relaxado'' não significa , ''não ter medo'', mas estar pronto! Afinal, somos todos humanos, mas fazer com que esse medo não tome o espaço de outros sentimentos como determinação, vontade, auto-confiança...não, ninguém disse que isso seria tarefa fácil...O problema não é o sentir medo. È em que nível esse medo existe no atleta ou no praticante de artes marciais. Deixar o medo tomar conta, vai fazer com que a aflição e o nervosismo tirem a concentração e o foco, fazendo com que outras reações - que não as assertivas -  fiquem aparentes. Quando o praticante 'relaxa', na verdade, ele tira de sí a pressão auto-imposta ( o ''eu tenho que vencer'', ou ''eu não vou apanhar'', ''eu tenho que aplicar '' etc, etc...), os receios das frustrações que podem vir, ou o medo de se machucar começam a diminuir e o atleta  passa á outro estado emocional; o da auto-confiança. È normal sentir frustração com a técnica, com a derrota, ou quando não conseguimos fazer aquilo que queremos, da mesma forma que é bem normal sentirmos alegria quando uma performance sai exatamente como queremos, quando acertamos uma técnica ou chegamos num ponto onde desejamos estar. È exatamente a forma como administramos esses sentimentos bons e ruins que podem nos ditar como seremos como praticantes, atletas e até como pessoas.

Quem não lembra da clássica cena do Filme Wheels ons Meals - um dos meus filmes favoritos -  onde Jackie Chan enfrenta o boxeador profissional Benny ''The Jet''?  Somente quando ele toma a atitude mental correta, ele começa a superar seu oponente...Uma cena clássica que se olhada com cuidado, pode ensinar muito!!!Tanto que já foi mencionada aqui no blog em ocasião anterior...




 Sitaaigung Duncan Leung tem uma frase que eu acho das mais valiosas dentro do treinamento do wing chun; - '' Lutar é um jogo, divirta-se...''. Vencer o próprio medo é a mais dura lição que se pode aprender nas artes marciais. E é pra isso que serve o treinamento. No início dessa postagem eu mencionei que o treinamento repetitivo tem um motivo pra ser assim.... Particularmente, no wing chun as técnicas devem ser repetidas várias e várias vezes, á fio , para que ela ''entre'' em seu sistema nervoso e se torne sua reação natural. A técnica se torna parte do que você é. Você não pensa, não premedita. Apenas sente o momento e quando perceber, terá feito!Não terá tempo de pensar.  E é isso, que vai fazer você ter a auto-confiança necessária para dar o primeiro passo para vencer seu medo interior.

Por isso, só há um meio de se vencer o medo interior... treinando!





























 (Post dedicado á Ialley Lopes, José Júnior, Elijah Junno e Ernani Barbosa)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Uso (ou o não uso) do Wing Chun em situações de contenção - Translated

Recentemente vi um anuncio onde o postulante anunciava como utilizar técnicas de wing chun para contenção de pacientes em crises psiquiátricas em ambientes hospitalares. Dias depois pude ver o vídeo online no youtube com mais calma. Sem querer criticar quem quer que seja, ou qualquer que seja a linhagem, mas levando em conta que meu trabalho regular como funcionário terceirizado em um hospital público da rede estadual já tem mais de 10 anos e ter conhecimento de causa suficiente pra discutir essa questão com uma visão um pouco mais distinta, senti-me um tanto propenso á fazer algum comentário sobre esse aspecto.

I recently saw an announcement where the applicant advertised using Wing Chun techniques for containment in psychiatric crisis patients in hospital settings. Days later I saw the video online on youtube more calmly. Without wanting to criticize whoever, or whatever the strain, but considering that my regular work as a contract employee in a public hospital network state already has more than 10 years and have knowledge of sufficient cause to discuss this with a somewhat different view, I felt somewhat likely will make some comment on that aspect.

De tempos em tempos, funcionários públicos estaduais da área de saúde fazem sempre manutenção e reciclagem de conteúdos burocráticos e técnicos e um deles é a contenção de pacientes em crises psiquiátricas. Sendo assim, treinamento desse tipo com diversos profissionais capacitados são ministrados em qualquer estado da federação. Portanto, não é nenhuma novidade. Vários aspectos devem ser levados em consideração dentro de uma situação nesse tipo de ambiente antes de falarmos das técnicas em sí apresentadas no vídeo.

From time to time, state officials healthcare always do maintenance and recycling of bureaucratic and technical content and one of them is the restraint of patients in psychiatric crisis. Therefore, training of this type with many qualified professionals are taught in any state of the federation. So it's nothing new. Several aspects should be taken into account within a situation that kind of environment before we talk of the techniques themselves presented in the video.

Em uma situação onde pacientes estão descompensados e violentos, existem possibilidades e probabilidades á serem analisadas em questão de poucos segundos para que uma ação seja posta em prática. Existe uma forma ''padrão'' de atendimento médico específico para cada caso e é quase impossível generalizar as situações devido ao grande número de variantes. Quase não há tempo para reagir ou pensar muito e o bom senso muitas vezes é deixado de lado por parte de alguns profissionais. Falando francamente, nosso país está longe de ter um atendimento digno na saúde pública. Esse é apenas um fator chave para o desencadear de uma crise violenta em ambientes fechados por parte tanto de pacientes quanto de acompanhantes. Acho que o caro leitor já deve ter visto pelo noticiário vários casos em que pessoas acompanhando pacientes graves (ou não) chutam portas, ameaçam enfermeiros e médicos,invadem consultórios ou mesmo sacam armas dentro de recintos hospitalares. O ultimo caso registrado durante essa semana no estado de Pernambuco, um paciente em crise psiquiátrica rendeu a própria companheira como refém ameaçando-a cortar-lhe o pescoço com uma ferramenta no estacionamento de um hospital de grande porte (foto abaixo, reprod.. Diário de Pernambuco).

In a situation where patients are uncompensated and violent , there are possibilities and probabilities will be analyzed in a matter of a few seconds for an action to be implemented. There is a '' standard '' specific medical care for each case and so it is almost impossible to generalize situations due to the large number of variants . Almost no time to react or think too much and common sense is often overlooked by some professionals . Frankly , our country is far from having a decent public health care . This is just one key to trigger a violent crisis in closed environments by both patients and escorts factor. I think the dear reader may have seen the news several cases where people watching critically ill patients ( or not ) kick doors , threaten nurses and doctors , clinics or even invade derive weapons within hospital premises. The last recorded case during this week in the state of Pernambuco, a patient in psychiatric crisis rendered his own wife hostage by threatening to cut her throat with a tool in the parking lot of a large hospital (pictured below , Playback Diário de Pernambuco ) .


(Paciente fazendo sua companheira refém com arma perfuro-cortante em hospital em Pernambuco)

Matéria sobre homem que sacou arma dentro de hospital em Recife,veja o video;

(Patient making his wife hostage with sharp weapon in hospital in Pernambuco) 

Story about man who pulled gun inside a hospital in Recife, see the video;

http://noticias.r7.com/cidades/policial-saca-arma-em-hospital-de-recife-para-exigir-atendimento-imediato-22112013



Durante esses últimos dias, minha esposa, que também trabalhou muito nessa área deu um depoimento bastante contundente....

During these last few days, my wife, who also worked hard in this area gave scathing testimony ....

''Eu estagiei no sanatório público estadual e conheci 'Ana' (nome fictício)durante esse estágio. Quando estávamos lá, a atenção era redobrada. Um dos pacientes internos tinha o hábito de ingerir as próprias fezes e por isso, passava a maior parte do tempo com as mãos atadas. Certo dia, Ana chegou perto desse paciente para fazer uma verificação rotineira. Do nada, o paciente pulou em cima dela com as duas mãos em seu pescoço intentado estrangulá-la. Por mais que batessem em seus braços, ele não a soltava. Apenas quando um colega de um outro setor, ao se deparar com a situação,  agarrou o paciente com um mata-leão, dando tempo para a equipe agir. Se a equipe não agisse no tempo certo, muito provavelmente o paciente a teria estrangulado, pois em crise, um paciente psiquiátrico é muito forte''

'' I interned at the Public State Sanatorium  and i met 'Ana' (not his real name) during this stage. When we were there, the attention was redoubled. One of the hospitalized patients had the habit of eating their own feces and so spent most of the time with his hands tied. One day, Ana came near that patient to make a routine check. Out of nowhere, the patient jumped on her with both hands on his neck brought strangle her. As they hit in his arms, he did not let go. Only when a colleague from another industry, when faced with the situation, grabbed the patient with a rear naked choke, giving the team time to act. If the team did not act in time, most likely the patient was killed her, because in crisis, a psychiatric patient is very strong''


 È consenso entre 99,9% dos profissionais dessa área de atuação que, numa situação de risco como essa, NUNCA SE DEVE BANCAR O HERÓI!! Vários tratados sobre o assunto aconselham a equipe e a junta médica, ou mesmo funcionários individuais como técnicos em geral da área, sejam eles enfermeiros, maqueiros, médicos ou mesmo recepcionistas á nunca se expor ou tentar fazer algo e chamar a vigilância do local para fazer a abordagem. O médico deve ter um botão de chamado de emergência oculto dentro de seu consultório e na sala de atendimento, é preferível que não esteja á mostra ou dentro do campo de visão do paciente, objetos perfuro-cortantes, canetas pontiagudas, cadeiras,etc,etc...

It is consensus among 99.9% of professionals in this area of ​​activity that a risk like that, NEVER SHOULD BE A HERO! Several treatises on the subject advise staff and medical board, or even individual employees as technicians in the general area, be they nurses, porters, doctors or even receptionists will never expose himself or trying to do something and call monitoring site to the approach. The physician should have a button called hidden emergency within your office and in the waiting room, it is preferable that will not be shown or within the field of view of the patient, sharp objects, pointed pens, chairs, etc., etc. ...


No caso do vídeo em questão, a situação se agrava, pois o treinamento é dado á funcionários do SAMU. Por meu pai também ser condutor do SAMU, pude acompanhar de perto seus relatos e as diversas situações onde ele teve de atuar. Mas num geral, esse tipo de funcionário atua em via pública, o que dificulta em muito uma ação mais radical por parte deles, pois além das variantes como localidades de alto risco,elementos próximos ao fato ocorrido,quantidades de pessoas envolvidas,etc,etc... existe o elemento surpresa, o elemento INESPERADO de cada situação,do que PODE E DO QUE NÃO PODE ACONTECER.... e no caso específico do paciente psiquiátrico violento, utilizar simples chaves de braço para conter esses pacientes violentos provavelmente não dará certo. Pode-se tanto quebrar o braço do paciente,quanto não dar em nada e enfurecê-lo mais ainda...


In the case of the video in question, the situation worsens because the training is given to employees of the SAMU (Mobile service urgent care). My father also be driver of  SAMU, could closely monitor their accounts and the various situations where he had to act. But in general, this type of employee acts in a public road, which makes much more radical action on their part, as well as variants of the high-risk locations, people close to the event that occurred, numbers of people involved, etc, etc. there ... the element of surprise, the unexpected element of each situation, what CAN aND CAN NOT HAPPEN .... and in the case of violent psychiatric patients, using simple keys arm to contain these violent patients probably will not work. You can either break the arm of the patient, as not to give anything and enrage him even more ...


Um paciente em crise psiquiátrica antes de qualquer coisa é um PACIENTE. Muito provavelmente o postulante do vídeo se esquece de alguns detalhes que fazem toda a diferença, antes de ensinar aos funcionários do SAMU á sentar nas costas do indivíduo e dar-lhes chave de braço. Num ambiente fechado e sem muito espaço, esse paciente pode atacar a pessoa mais próxima. Muitas vezes, como mostrado acima, pode ser seu próprio parente a vítima de um ataque. Um outro dado é que, caso o funcionário reaja e machuque o paciente, pode correr o risco de responder judicialmente por agressão, mesmo com o artigo de lei nº 331 decreto de lei nº 2848/40 sobre desacato de funcionário público durante exercício da função, se um juiz assim entender e tiver elementos o suficiente para caracterizar uma agressão e não uma legítima defesa, provavelmente esse funcionário estará encrencado... sem contar que o paciente psiquiátrico tem sua força potencializada por conta das inúmeras reações químicas em seu organismo (alta descarga de adrenalina, por exemplo) e pelo simples fato de que ele não tem consciência do que está fazendo no momento.

One patient in psychiatric crisis before anything is PATIENT . Most likely the postulant Video forgets some details that make all the difference , before teaching employees of SAMU will sit in the back of the individual and give them an armlock . In a closed environment and without much space , this patient may attack the nearest person. Often , as shown above , can be its own parent the victim of an attack . Another fact is that , if the employee react and hurt the patient , may run the risk of responding in court for assault , even with the article of Law No. 331 Decree Law No. 2848/40 on contempt of a public official for the exercise of the function , if a judge so desires and has enough elements to characterize an attack and not a legitimate defense , likely the employee will be in trouble ... not to mention that the psychiatric patient has leveraged its strength on account of the numerous chemical reactions in your body ( high discharge adrenaline , for example) and the simple fact that he is unaware of what is currently doing.

O procedimento correto á ser feito em casos de intervenção física em pacientes violentos em ambientes hospitalares é a contenção adequada sem o uso de violência física extrema. Trancá-lo numa chave de braço ou em algum movimento em que exija forçar o paciente e falar coisas como ''Tenha calma ou você irá se machucar'', muitas vezes causa o efeito contrário do esperado. O ideal é que a EQUIPE de no mínimo cinco pessoas se aproxime simultaneamente, uma para cada membro do paciente e uma para segurar a cabeça e proceder a contenção ao leito com o material apropriado e com avaliação médica á cada uma hora para dar ou não, continuidade á contenção ou ministração de medicamentos sedativos .

The correct procedure will be done in cases of physical intervention in violent patients in hospital settings is adequate containment without the use of extreme physical violence. Lock him in a headlock or any movement that requires force the patient and say things like'' Calm down or you will get hurt,'' often causes the opposite effect than expected. Ideally TEAM at least five people approaching simultaneously, one for each member of the patient and one to hold his head and make the bed restraint with appropriate material and medical evaluation will each hour to give or not, containment will continue or administration of sedatives.

Falando estritamente da técnica apresentada no vídeo, posso dizer que o próprio palestrante não utiliza técnicas de Wing Chun e provavelmente nunca teve de agir em uma situação real de contenção de pacientes, o que me faz seriamente duvidar da capacitação do mesmo para ministrar sobre o assunto....sim, utilizar técnicas de wing chun nessas situações ou palestrar dentro desse aspecto utilizando o wing chun talvez seja algo que realmente ninguém tenha feito e até o momento nunca vi ninguém fazer. Mas, como dito por Sibaakgung Larry Saccoia em entrevista aqui para o blog, as técnicas de wing chun causam danos permanentes no oponente, portanto,de cara, não são adequadas para esse tipo de situação,além do mais, no vídeo em questão, mais me pareceu ,ao menos nos primeiros momentos, que tudo se resolveria com uma técnica muito particular, mas bem conhecida, chamada ''Come Along'', ou o famoso ''Chega junto'', uma chave de braço onde a pressão no pulso é aplicada e o seu ''oponente'' sai caminhando com você ao seu lado.

Strictly speaking the technique presented in the video , I can say that the speaker himself does not use the Wing Chun techniques and probably never had to act in a real situation of containment of patients , which makes me seriously doubt the same training to teach on the subject yes .... , using techniques of wing chun in these situations or lecture within this aspect using the wing chun is perhaps something that really no one has done and yet never seen anyone do . But , as told by Sibaakgung Larry Saccoia in an interview here to the blog , the techniques of wing chun cause permanent damage to the opponent, so we face are not suitable for this type of situation , moreover, the video in question , more seemed , at least at the start , that everything would be resolved with a very particular technique , but well known , called '' Come Along ,'' or '' the famous '' comes along , an arm where the pressure on the wrist is applied and your opponent '' '' walks away with you at their side .



(técnicas que causam estragos permanentes não são apropriadas para situações de contenção de pacientes)
(techniques that cause permanent damage is not suitable for situations containment patients)

Antes de tudo, Come along é uma técnica que pode servir e ao mesmo tempo pode não servir, não faz parte do curriculum básico de nenhuma família de ving tsun - ao menos nos moldes apresentados -, mas está presente em vários outros estilos de artes marciais. È fato que na maioria dos treinamentos onde o praticante irá colocar em ação a técnica a ser executada, existe a facilitação do seu partner. Se o parceiro de treino facilitar, você poderá encaixar essa técnica( e tantas outras) muito facilmente. Porém, caso o parceiro não facilite - e em se tratando de pacientes psiquiátricos - é quase impossível realizá-las como treinado com um parceiro que ajude. Em se tratando de aplicação prática, já se torna difícil que em uma situação como as apresentadas nas fotos e links dessa postagem,que alguém vá realmente conseguir aplicar uma chave ou qualquer técnica de combate,que na maioria das vezes é melhor utilizada por policiais e militares em outros tipos de atuação,do que o fazer num paciente em crise sem lhe causar maiores danos....o paciente já está com a vida ameaçada por sua doença e não precisa de que alguém ajude á compendiar sua vida...

First of all , ' Come along ' is a technique that can serve at the same time can not serve , not part of the basic curriculum of any family of ving tsun - at least in the manner presented - but is present in several other styles of martial arts . It is a fact that in most training where the practitioner will put into action the technique to be performed , there is facilitation of its partner . If your workout partner to facilitate, you can fit this technique ( and many others ) very easily . However , if the partner does not facilitate - and in the case of psychiatric patients - is almost impossible to perform them as training with a partner that helps. In terms of practical application, it becomes difficult in a situation like the ones in the photos and links in this post , that someone will actually be able to apply a wrench or any fighting technique , which most often is best used by police and military in other types of activity , than do a patient in crisis without causing further damage .... the patient is already threatened by their illness life and do not need someone to help will epitomize his life ...

A estratégia básica do Wing Chun nos ensina antes de tudo a antecipar situações de risco. Muitas das situações em que eu já passei durante meu expediente me ensinaram que antes de tudo, um bom tratamento com as pessoas evita que elas se desesperem ou se enfureçam e evita uma possível agressão. Muitas das pretensas situações de agressão podem ser convertidas pelo modo de se tratar as pessoas. Contê-las, somente em casos muito extremos. Não sabemos o que um paciente que não tem consciência dos próprios atos pode fazer. Não sabemos se além da patologia psiquiátrica, ele possua outros tipos de doença, muitas delas transmissíveis e/ou contagiosas e que podem ser passadas durante a intervenção física por vários tipos de meios.

The basic strategy of Wing Chun teaches us first of all to anticipate risk situations. Many of the situations where I've been during my hours taught me that first of all, a good treatment to people prevents them from despair or get mad and avoids possible aggression. Many of the alleged assault situations can be converted by way of treating people. Contain them, only in very extreme cases. Do not know what a patient is unaware of the acts themselves can do. We do not know if besides psychiatric pathology, it has other illness, many communicable and / or infectious and can be passed during physical intervention by various means.


Repito; NÃO SE DEVE BANCAR O HERÓI NESSES CASOS!Existem vidas envolvidas e tanto a sua quanto a do paciente devem ser preservadas. Um ato falho durante uma abordagem nessas situações e pessoas podem acabar mortas, ou VOCÊ PODE ACABAR MORTO.

I repeat; MUST NOT BE A HERO SUCH CASES! There are lives involved and both his and that of the patient should be preserved. A Freudian slip during an approach in these situations and people can end up dead, or you may end up DEAD.


Sem querer me alongar demais na postagem, como mostrado acima, casos onde a intervenção física seja necessária em ambientes hospitalares não devem ser realizadas por uma única pessoa, muito menos da forma como apresentada no vídeo que circula no youtube. È necessário avaliar riscos,antecipar situações e saber que o paciente está ali por uma necessidade e que agredi-lo, pode resultar em várias consequências para o funcionário, que de atendente passa a possível agressor,  caso não saiba como proceder corretamente para fazer a contenção adequada e para o paciente e seus acompanhantes. Em muitos casos, não há absolutamente nada á se fazer a não ser chamar a vigilância ou mesmo a polícia e tentar resolver a situação na base da conversa franca.

Without wanting to dwell too much on the post, as shown above, cases where physical intervention is required in hospital environments should not be performed by one person, much less the way shown in the video circulating on youtube. It is necessary to assess risks, anticipate situations and know that the patient is there a need for it and attack him, can result in several consequences for the employee, which the clerk shall be aggressors, if you are unsure how to proceed properly to make the containment and appropriate for the patient and their carers. In many cases, there is absolutely nothing left to do but to call surveillance or police and attempt to resolve the situation on the basis of frank talk.

Até a próxima postagem.

Dido
Discípulo privativo do SiFu Marcos de Abreu em Recife-PE

Until the next post. 

Dido 
Private disciple SiFu Marcos de Abreu in Recife-PE