(SiFu Marcos se preparando para o treino enquanto cuida de sua filhinha mais nova, Luiza)
Então, muitas vezes, nossas sessões de treinamento não tinham muito um horário certo ou local pra se iniciar. Aproveitávamos um papo informal muitas vezes pra já ir discutindo coisas inerentes ao treinamento e treinávamos aproveitando o local onde estávamos.
Por muitas vezes descíamos a rua da casa de SiFu (foto) para ir á uma praça bem arborizada e perto da praia, para praticarmos, depois de acordar cedinho e tomar um suco com hambúrguer numa padaria próxima. Passávamos pela vizinhança e víamos a movimentação da cidade enquanto caminhávamos ao local onde iríamos fazer alguns exercícios isométricos nas barras fixas e algum treino de chi sao, onde SiFu mostrava-me técnicas, insights e corrigia posturas e dava o parâmetro de treino de nossa família.
Engraçado que quando fazíamos treinos assim, ao ar livre, eu que já sou acostumado á fazer treinos em locais públicos, não me sentia nenhum pouco desconfortável com as pessoas nos parando e perguntando '' o que era isso que vocês estão treinando'', mas era uma situação engraçada, pois sempre perguntavam assim; - ''Isto é krav magá?'' ao passo em que SiFu com o máximo de atenção á pessoa, explicava que não se tratava de Krav Magá e sim de wing chun, sem em nenhum momento desmerecer qualquer arte marcial com a qual as pessoas, por desconhecimento, achavam se tratar. Teve até uma senhora - se não me engano, de origem alemã - que puxou tanto assunto, que SiFu muito gentilmente sentou-se ao lado dela no banco da praça e explicou todos os pormenores do nosso treino, de forma que ela como leiga no assunto, pode compreender.
Ao voltarmos ao Mo Gwun, a sessão de treinos continuava firme. Muitas vezes despendia um tempo enorme praticando alguns kicks no Tire Jong ou repetindo técnicas várias e várias vezes '' a perder de vista'', como falávamos lá e depois com a ajuda do Si-Hing João, quando nos dias em que ele estava na escola, ia praticando até pegar a 'finese' do movimento.
(Tire Jong)
E a mascote da escola, a labradora Hanna sempre por perto afim de um afago ou uma brincadeira...rsrsrs
Como dito, anteriormente, qualquer situação ou ambiente nos era propício para praticar e/ou treinar. Sempre durante as refeições, nos intervalos de descanso, assistíamos tv, conversando sobre as notícias recentes - vimos numa dessas ocasiões a notícia da morte do Nelson Mandela, o que foi realmente uma grande perda - e sempre em momentos como esse, era sempre um momento para eu fazer as minhas anotações,enquanto SiFu me explicava todo o cerne teórico do treinamento em que estávamos vivenciando.
(Ah, eu achei essa foto bem legal. Sifu utiliza um boneco de madeira para desenhistas para me explicar conceitos teóricos do Chum Kiu na cozinha de sua casa, após uma refeição)
Sendo assim, a semana seguia numa velocidade incrível e íamos mantendo os treinos e estudos sempre constantes e em ritmo bastante forte. Nos dias de treino regular, os alunos de SiFu em salvador chegavam ao Mo Gwun e era muito bacana começar os treinos com toda a turma junta, o que mais uma vez corroborava com uma das primeiras coisas que SiFu me disse ao me admitir como seu discípulo; - ''Ninguém cresce no wing chun sozinho.'' Foi uma grande alegria rever meus amigos pessoais e Si-Hings Lucas e Wesley,que aparecem na foto abaixo com SiFu....
(Si-Hing Lucas, SiFu e Si-hing Wesley)
...Alem de ter tido a honra de conhecer meu Si-Dai (irmão mais novo de kung fu) Victor Nunes, que aparece na foto abaixo com meu Si-Hing e primeiro Sifu formado por Sifu Marcos, Dr. Vansembergues (de óculos), que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente.
Si-Dai Victor e Si-Hing João tiveram um cuidado e um zelo muito grande comigo, se dispondo á me levar ao aeroporto na madrugada do Sábado, dois dias antes da viagem de SiFu ao Rio de Janeiro ainda naquele mês de Dezembro e isso me fez ver o quão é importante ter amigos de verdade e irmãos de Kung Fu sinceros com quem você sabe que pode contar e que você não vai medir esforços em ajudar, seja no treinamento, seja fora do treinamento. Pois são pessoas que apesar de não saber explicar como, você sente que são especiais.
No Sábado citado acima, ao fim do treinamento, SiFu, Si-hing João e eu fomos ao tão famigerado ''Acarajé da Dinha'', comemorar minha despedida e minha semana de treino que tinha sido muito proveitosa, mas que era somente uma parte importante da jornada que iniciamos no wing chun, com todas as dificuldades de tempo, distância e tudo o mais, mas que foi um desafio aceito por todos nós e que estamos vencendo passo á passo, com responsabilidade, trabalho árduo e honesto e que esperamos, deixar nossos ancestrais no sistema, como o próprio Si-Gung Li Hon Ki e Sitaaigung Duncan orgulhosos pelo nosso esforço na preservação da tradição de nosso Moon Phai.
E mais uma vez deixo registrado meus sinceros agradecimentos á família de SiFu. A Simo Bruna, á D. Margareth, mãe de Sifu, que presenteou á mim e minha esposa com dois livros muito interessantes e uma bíblia inglês-português, Sr. Israel, pai de SiFu e meus irmãos kung fu que estiveram presentes durante a semana de meu treinamento.
(Si-Hing João e Eu, no tão famoso ''Acarajé da Dinha)
(Com Si-Dai Lempê comentou; Difícil é alguém tentar tirar o cigarro de SiFu, rsrs)
Em breve o Blog do Dido voltará com o (sumido) especial entrevistas,dessa vez com o SiFu Vladmário e as noticias atualizadas referentes ao Wing Chun nacional.
Até breve.
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