Durante os últimos dois meses, aqui em recife, vinha eu conduzindo os treinos e a prática de wing chun com meus companheiros em uma conhecida academia num dos bairros próximos do centro. A oportunidade foi dada pelo mestre e meu amigo pessoal, representante no estado da arte do Yong Moo Do Roberval Moura.
(Eu e Talis, praticando na academia do mestre Roberval)
Ficamos lá num período de experimentação, que foi muito produtivo na formação do grupo de treino e em sua condução.
Mas o caso é que o mais importante nesse processo foi a organização do grupo, as pessoas que conhecemos e o vínculo de amizade verdadeira e sincera que estamos criando. Companheiros de treinos aguerridos são os que mais perseveram no treinamento e assim sendo, é mais natural pessoas virem e depois irem embora. Muitos não aguentam o treino e desistem, outros simplesmente não se identificam, já outros permanecem e mostram mais garra ao passar do tempo, dando importância ao próprio grupo e ao treino em si e não se importando com outros problemas que possam vim a aparecer, ou outros assuntos que não são do envolvimento do treino.
Por isso, sabíamos desde o início que esse período de experimentação na academia do mestre Roberval seria um período curto, e que o mais importante seria o processo em si e a experiência ganha....
Então ao sairmos de lá decidimos que iriamos retornar aos treinos no...
Parque da Jaqueira!
Sim...e esse é o trocadilho com o título da postagem....Nosso pequeno grupo começou exatamente neste lugar e é justamente ali, ao lado dessa igrejinha que estamos conduzindo nossos treinos.
E é engraçado que neste momento da postagem eu me lembro da música ''Smells like a teen Spirit'' do Nirvana...
Nosso pequeno grupo permanecerá até o fim....rsrsrs
A vantagem de se treinar em campo aberto é que além de um visual muito bacana, as árvores criam uma sombra muito gostosa de se aproveitar quando estamos numa atividade física ou mesmo discutindo sobre técnicas, conceitos, ou mesmo aquela conversa pré-treino sobre trivialidades, como música, o cotidiano e assuntos que são de comum interesse a todos nós.
O Talis Dias,é um dos caras que está desde o começo, na verdade, desde antes do período de experimentação citado logo acima e continua vindo treinar. Recentemente, nosso grupo foi acrescido com a presença do Augusto Pereira. Ele que já esteve em outras famílias de Wing Chun aqui no estado e é instrutor do estilo da Garça.
(Como minha câmera descarregou, não pude fazer as fotos hoje, mas essa é um registro junto com meu amigo o já supracitado aqui no blog Thiago Epimeteu )
Já estamos com as atividades no parque da jaqueira ha mais ou menos três semanas - pouco mais de três semanas na verdade - e o nosso cronograma de treino tem passado por algumas modificações. Mas regularmente estamos treinando em grupo mais de duas horas ininterruptas (isso fora o meu treinamento pessoal, na verdade, que tem me tomado tempo todas as manhãs ao largar do trabalho), focando no conteúdo Siu Nim Tao e na aplicação das técnicas em sparring livre.
Hoje a atividade foi um pouco diferente do habitual que estamos fazendo. Como a visão externa das pessoas - e nisso incluo alguns 'detratores' que gostam de especular sem conhecimento de causa - sobre a minha família wing chun se baseia numa família ''porradeira'', ''sem cultura'' e coisas estapafúrdias do tipo e que graças ao trabalho sério não só de meu SiFu, Marcos de Abreu, mas de meus ''Sibaak's'' e 'Sisok's' vem sendo quebrada essa imagem, decidi que seria interessante começar o treino hoje mostrando algumas fotos tradicionais, falando sobre a genealogia e também alguns conceitos práticos relativos ao enfoque que SiFu me deu sobre a arte.
Essa dinâmica bastante proveitosa, pelo interação entre os que fazem parte do grupo, pois permitiu uma troca de experiências bastante ampla. Uma das coisas que foi realmente interessante,foi ouvir do Augusto hoje, a mesma impressão que venho tendo da arte desde que comecei a treinar sob orientação de Sifu.
- ''Agora eu venho me sentindo mais apto a aplicar aquilo que treino em luta e era isso o que estava faltando!''
Esse foi um primeiro esforço, na tentativa de se passar algo que fosse além do que somente as técnicas e fazer os exercícios de luta específicos, o que na verdade, já demanda um grande foco na concentração e no entendimento da lógica do sistema. Por isso, achei de grande importância citar essa passagem aqui no blog, porque é colocando a lógica do sistema wing chun não só nas técnicas, mas na vivência dos processos de aprendizagem, que faz com que tenhamos um melhor aproveitamento do que a arte pode nos oferecer.
Nesse sentido, também mencionei o Hang Out especial sobre o patriarca Ip Man no qual SiFu fez uma participação especial e que abrangeu assuntos relativos a como o Wing Chun foi desenvolvido através de sua transmissão e dos seus ancestrais históricos, dentro da tradição de nossa família.
Para aqueles que não acompanharam o citado Hangout, vou postar o link com a descrição do blog do Mestre Nataniel Rosa,mestre qualificado do clã Moy Yat e que tem um papel importantíssimo nesse trabalho. Lá, vocês podem assistir o debate dividido em três partes e espero sinceramente que gostem.
http://moyyatvingtsunkungfu.blogspot.com.br/
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